Nos últimos anos temos assistido à demolição do que resta da formação artística, graças à biodiversidade ministerial e fazendo eco da indiferença do pacóvio indígena. Vamos ser honestos, o “tuga” só reconhece o valor das artes como adorno social ou panaceia para a gastrite existencial; a arte é uma sarna à qual é suposto aderir convenientemente e sem compromisso. Os poderes instituidos mais não fazem que replicar esta realidade que, no tempo presente, parece desembocar na prioridade em saber escrevinhar e contar salazarenta. Quanto ao ensino artístico...
Não temos tido massa crítica capaz de impor um travão à amputação que se tem vindo a afirmar. As agremiações de professores de Educação Visual, de artistas, de designers, arquitectos (etc.), têm-se recolhido na sua insignificância, mesquinhez corporativa ou simples inoperância, validando a situação presente. Mais do que estas, a maior parte dos “s’tores” não está para se chatear e reza em surdina para não ser atingido por estes desmandos, até ser tarde demais.
Quanto aos alunos que almejam uma formação artística decente, resta-lhes a sorte, a pobre sorte de, aqui ou ali, encontrarem professores que remendem o imenso buraco para onde são despejados.
A revisão na calha não deixará de espelhar uma sociedade civil predominantemente apática, parola e mal formada, que considera a educação artística uma coisa engraçada, sem lhe reconhecer o seu efectivo valor na formação dos indivíduos e ignorando o papel que a criatividade e a imaginação tem no progresso material das nações.