sexta-feira, 24 de junho de 2011

Sobre a trapalhada que habita o n.º 706

A urgência em avaliar o exame de Desenho levou a omitir algumas considerações. Os comentários entretanto recebidos contêm argumentos válidos, realçam-se alguns:
A questão do esquema da colocação do modelo versus fotografia é, efectivamente, geradora de confusão. No entanto, a leitura que prevalece é a do esquema da colocação da peça e, considerando o esquema, chegar-se-ia lá.
Textura do papel: o programa da disciplina refere a diversidade de papéis (de gramagem, textura e cores variadas) e a prática a isso conduz quando há empenho, curiosidade e, já agora, o estímulo dos docentes. Não sendo o melhor, o papel da intendência é bastante aceitável.
Quanto à emigração das zebras para o modelo, as alternativas poderiam ser muitas, mais criativas e convocando outras “habilidades”.
Uma das observações referia a necessidade de formar os vigilantes das provas de Desenho. Sem dúvida que se justificaria alguma sensibilização prévia. É um exame essencialmente prático, com as necessidades daí decorrentes.
Reafirma-se o que tem sido escrito: os exames de Desenho não permitem uma boa avaliação das capacidades dos alunos. O desenho tem uma especificidade própria que deveria ser alvo de melhor avaliação: o princípio da equidade não triunfa formatando de igual modo o que é diferente. Acresce outro efeito pernicioso, que se reflete em várias salas de aula (segundo os testemunhos recolhidos): o 12º ano transforma-se num palco de competição que, tendo como quadro referencial os exames,  transforma as aulas e os trabalhos dos alunos num sucedâneo de um concurso de karaoke pimba.
Podem aceder à prova e aos respectivos critérios de correcção aqui.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Exame 706-1ª chamada


O tema dos exames de Desenho daria uma tese. Neles se espelham alguns dos vícios atávicos nacionais – desorganização, ausência de objectivos – e estatais: dirigismo e desconfiança (ou paternalismo de conveniência). Esta última sobre os professores…
Não deveria existir exame de Desenho ou, a realizar-se, deveria incidir sobre o domínio teórico específico das Artes Visuais. Poderia ser articulado com a apresentação e avaliação de um porta-fólio no final do ano. Seria muito mais preciso e justo para os alunos.
Vamos à prova:
1.       Pedia-se “observância da forma geral e das proporções entre as partes do modelo” e a “exploração criteriosa dos elementos estruturais da linguagem plástica”. Um desenho que preencha estes requisitos implica o dispêndio de, pelo menos, uma hora. Pedia-se um exercício analítico e um registo naturalista.
2.       Pretende-se avaliar os procedimentos (técnicas e ensaios/ esboço). Espera-se que, nos descritores, não surja algo como “observância da forma geral e das proporções entre as partes do modelo”, como já ocorreu…
3.       Passe a quase redundância da “composição dinâmica (…) modelo em três posições diferentes” (mesmo recorrendo aos três-em-linha o resultado será sempre dinâmico) o que há a salientar é, uma vez mais, o dirigismo vicioso do M.E. ao impor estes meios, não permitindo “uma paleta de cores frias” (Viva o 3º ciclo!) com meios actuantes à escolha do aluno: lápis de cor, aguarelas, etc.
Grupo II
Esta questão parte de uma reprodução (bidimensional) de uma obra de Lourdes Castro e requer “representação gráfica, com exploração da capacidade de síntese”.
Começa por se pedir, perdão, propor “um objecto final claramente tridimensional”. Será que é um exame de escultura? Presume-se que o autor pretenda a representação de volumes. Mas, “propondo um objecto”? Não sendo semânticamente errado é indigesto.
A leitura dos dois parágrafos que sucedem o preâmbulo consolida a confusão: “Crie uma nova composição” e “mantenha ou altere o esquema compositivo apresentado”; em que ficamos?
Finalmente (a cereja no topo do bolo), propõe-se a utilização da “linguagem plástica com que mais se identifique e que melhor expresse a sua ideia” desde que numa “técnica mista de tinta-da-china e lápis de cor ou uma técnica mista de grafite e sanguínea”. Com tanta fartura prevê-se indigestão.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Basileia fica na Suiça



Esperam-se mais de 62000 pessoas, cerca de 2500 artistas e a presença de 300 galerias de arte de diversos continentes na Feira de Arte de Basileia, na Suiça. O acontecimento pode ser acompanhado aqui.

Novo Ministro da Educação

«Os bons professores sabem o que se deve fazer e tentam fazê-lo. Se muitas vezes não o fazem mais e melhor, essa limitação não se lhes deve. Deve-se sim às imposições avulsas do Ministério, aos currículos desconexos, aos maus manuais escolares, a um ambiente de desrespeito pela cultura e pela educação.
Os bons professores sabem há muito que o ensino experimental é importante, que não se pode esquecer a motivação dos alunos, que a tabuada e a mecanização das operações são necessárias, que a ortografia não deve ser desleixada e que a compreensão dos bons textos literários é crucial. Os bons professores sabem há muito o que os teóricos da pedagogia romântica querem que eles esqueçam.» Nuno Crato

O actual ministro da educação - Nuno Crato- promete... Será assim, ou será este ministro uma resinosa acha a queimar na pira que é a 5 de Outubro?
A propósito dos problemas que vão queimando a escola pública, assista a este suculento debate, aqui.



segunda-feira, 6 de junho de 2011

CONCURSOS





Para os diversos aficcionados(as) sugere-se este sítio na rede: é um directório dedicado aos concursos e contempla as diversas modalidades, da arquitectura à ilustração. Aqui.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Aprendizes nas Paredes

Casa da Cultura de Paredes. Escola e autarquia promovem as Artes Visuais


O final de ano lectivo coincide, para além da fruta de ocasião, com a época de exposições que, um pouco por todo lado, vão desabrochando após prolongada fermentação curricular.
O caso da escola Secundária de Paredes não será excepção. Esta escola conta com uma equipa de professores de artes dinâmica e com provas dadas. O resultado do trabalho desenvolvido pelos alunos poderá ser visto na casa da Cultura de Paredes a partir do próximo dia 4  (com a inauguração marcada para as 22 horas). Encerra dia 26 de Junho.
Ligação rápida: Artes - Desenho - Geometria Descritiva